Muito adequada a charge que esta no site do Azenha.
A mídia é um caso à parte na história brasileira. Aliás, na Estória, porque eles reescrevem os fatos como bem entendem. A cumplicidade dos jornais Folha e O Estado de S. Paulo com a ditadura, a fanfarronice da revista Veja contra qualquer manifestação de esquerda no mundo, o absurdo posicionamento das televisões, todas elas, em favor do PSDB e da direita brasileira são trágicos.
Cada cidadão decente nesse país deveria simplesmente parar de consumir qualquer coisa a que se proponha um veículo tão mentiroso, tão parcial. O papel da imprensa não deveria ser o de mentir e distorcer. Deveria ser simplesmente de relatar fatos.
Ou no mínimo, se quisesse ter lado (coisa permitida a jornais e revistas mas jamais a uma concessão pública como uma rede de televisão) deveria assinar editoriais dizendo garrafalmente que tem posicionamento. Algo como "esta é minha visão, pense contra quem quiser". Mas não, nossa imprensa porca insiste em se travestir de isenta. De fazer de conta que é honesta e está apenas passando os acontecimentos.
Suas atitudes vão reformulando o conhecimento da pessoa. O jovem cresce com uma incrível falta de noção sobre a realidade histórica e mesmo sobre o que aconteceu ontem ou hoje no país, nos palácios de governo, no Planalto.
O João Ninguém é levado por uma medonha visão maniqueísta que rotula, condena, escracha tudo aquilo que destoa de um pensamento mesquinho, exclusivista.
Nossa imprensa prega o amor ao ódio, prega o racismo, a indiferença, o preconceito social e moral contra pessoas que nunca têm o mesmo espaço para se retratar, para limpar sua imagem. Contra pessoas que nasceram pobres e morrerão pobres e por esse simples fato, são taxadas de bandidas, de mal acostumadas e preguiçosas. Contra pessoas que pela simples cor da pele ou ideologia política, deveriam ser banidas do convívio social e limpar as latrinas imundas das cadeias brasileiras.
E nossa classe-média, ignorante por natureza, por excelência, por vocação e vontade, embarca nessa canoa que continua descendo o rio, alheia à verdade e apegada ao que há de mais criminoso, amaziada do poder, da corrupção, do assalto aos cofres públicos, da tortura e da degradação moral.
Assim se destrói um país. Por gente assim, muitas repúblicas na África são o que são, países que formam o que é considerado um "continente perdido".
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