segunda-feira, 27 de abril de 2009

FOLHA + DITADURA

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Não pouco foi divulgado que a Folha andava de braços dados com a ditadura. Para quem acha que isso não é tão grave assim, convém ressaltar que pessoas comuns, cidadãos brasileiros, eram torturados, mutilados, assassinados pelo simples fatos de parecerem suspeitos. Similar ao que aconteceu a muitos de origem árabe nos Estados Unidos sob o governo de Bush. Eram presos sem acusação e enviados a Guantánamo apenas pelo fato de usarem um turbante ou emprestarem um livro "suspeito" na biblioteca municipal. E lá na prisão, todos nós ficamos sabendo o que acontecia.

Mas o ser humano comum tem uma certa dificultade de entender a dor e o sofrimento do outro, porque latu sensu, sofre uma lavagem cerebral poderosa que o impede de ver a vida com os olhos abertos. Por isso muita gente tem dito que não é algo tão horrível a associação criminosa da Folha com os torturadores do regime militar. Muita gente acha que foi um "mal necessário". Uma pena que alguém pense assim, de toda forma, para tentar imaginar a grandiosidade da situação, deveriam esses incautos pensar que poderiam ser seus filhos, ou seus pais a serem presos, e covardemente ter partes do seu corpo arrancadas ou inutilizadas pelo modesto motivo de pensarem de maneira destoante àquela imposta pelo poder supremo.

Bem, nesta matéria do Vermelho, mais um pouco sabemos das barbaridades atrozes promovidas pela "ditabranda", e apoiadas de bom grado pelo pessoal da Folha.

Antes de ler, também é bom lembrar que são estes mesmos caras-de-pau, que ficam arrotando tolices e sandices todos os dias, e falando de uma tal democracia que eles não só não apóiam, como fizeram o possível para extinguir.

Hipócritas. E muita gente ainda paga para ler seu jornal.

"As colaborações do Grupo Folha com a ditadura militar (1964-1985) foram além do já revelado apoio logístico. Durante o período de maior repressão do regime, José Ramos, da Folha da Tarde, era o repórter da confiança do Dops (Departamento de Ordem Pública e Social), um dos mais temidos órgãos da repressão, e sugeria a presos políticos que delatassem seus companheiros.

Por André Cintra

Ramos fazia plantão no Dops, à espera de notícias sobre captura de militantes da luta armada. Tinha acesso ao transporte de presos políticos — invariavelmente em peruas do Grupo Folha, que serviam como fachada para diligências da Oban (Operação Bandeirantes). Mesmo se apresentando aos presos como jornalista, estimulava-os “a abrir a boca para os torturadores”.

“Ele era o setorista da Folha dentro do Dops — aliás, o único setorista aceito — e me disse que sabia o que podia acontecer comigo. Então ele chegou até mim e disse: ‘Acho melhor você falar’”, lembra o jornalista e escritor Rui Veiga, ex-militante da ALN (Ação Libertadora Nacional). “Ele praticamente iniciou o meu processo de tortura”, agrega o ex-preso político, em depoimento exclusivo ao Vermelho.

O Dops, no período, tinha na linha de frente o delegado Sérgio Paranho Fleury, ex-líder do Esquadrão da Morte e um dos torturadores mais frios e truculentos do regime. “Para me pressionar, ele (José Ramos) dizia: “Quem vai te pegar é o Fleury”, conta Veiga.

O ex-preso político falou ao Vermelho em 18 de abril, na antiga sede do Dops, onde hoje funciona o Memorial da Resistência. No mesmo dia, outro ex-integrante da ALN — que prefere não se identificar — relatou ter visto José Ramos numa ação da Oban, mas evitou contato.

O Vermelho também apurou que denúncias de colaboracionismo de repórteres já chegaram à Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Uma das funções da comissão é avaliar pedidos de indenização da União feitos por vítimas da ditadura.

Confira abaixo trechos da entrevista de Rui Veiga ao Vermelho

Como você aderiu à luta armada?
Eu entrei em 1967 na ALN, no racha com o Partido Comunista (ex-PCB). O (líder da organização, Carlos) Marighela era muito próximo do meu pai. Um tio meu, Rolando Frati — que foi um dos presos políticos trocados pelo embaixador americano (Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969) — era o segundo nome da ALN. Minha atuação política se originou em casa, portanto — na família mesmo.

Você ficou preso no DOI-Codi e no Dops?
Na verdade, não se chamava DOI-Codi ainda — era Oban. Passei 43 dias na Oban e fui levado depois para o Dops, onde passei 38 dias.

Por que você foi preso? Quais eram as acusações “oficiais”?
Estou registrado como preso para “averiguações”. Havia três acusações contra mim. Uma delas, muito específica, é o assalto ao supermercado Morita da Saúde. A outra era o fato de eu ser ligado à ALN — e depois descobriram que eu era sobrinho de um dos presos políticos trocados pelo embaixador. A terceira coisa era que eles achavam que eu era o coordenador do setor de explosivos da ALN. Eu fazia parte do comando de combate, do GTA (Grupo Tático Armado).

Você foi transportado em perua do Grupo Folha?
Isso foi depois — só quando me levaram da Oban para o Dops. Dentro do carro, havia um repórter da Folha.

E você o conhecia, sabe qual era o nome dele?
Era o José Ramos. Ele era o setorista da Folha dentro do Dops — aliás, o único setorista aceito — e me disse que sabia o que podia acontecer comigo. Então ele chegou até mim e disse: “Acho melhor você falar”.

Ele o aconselhou a delatar seus companheiros à repressão, dar a localização dos pontos?
Ele queria me convencer a abrir a boca para os torturadores, delatar e tudo o mais. “Porque senão vai ficar muito chato para você, muito difícil para você”, ele disse.

Era uma forma de tortura psicológica...
Sim, ele praticamente iniciou o meu processo de tortura. Para me pressionar, ele dizia: “Quem vai te pegar é o Fleury”. Ele já sabia como as coisas funcionavam no Dops.

Dá para dizer que ele tinha um envolvimento com o regime, uma afinidade?
Ele estava muito envolvido. Se você procurar outras pessoas, vai ouvir a mesma coisa. Ele conversou com muita gente nos carros da Folha.

Você chegou a rever esse repórter?
Sim, claro. Eu o vi várias vezes depois disso

Chegou a encontrá-lo logo após sua passagem pelo Dops?
Eu perdi o contato com ele depois. Fui vê-lo na própria Folha, onde nós trabalhamos juntos.

Vocês conversaram a respeito desse episódio do transporte ao Dops?
Não, preferi evitar. Os tempos eram outros e ainda havia resquícios do período da grande repressão. O AI-5 ainda funcionava praticamente."


Esta é a democracia da Folha. Como diz seu marketing, "de rabo preso com o leitor"

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Clique aqui para ver o último DataFolha mostrando Serra cono ele exige que mostre.
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