quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

COLUNISTAS DO GLOBO

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Eu bem que me esforço, mas custo a entender por qual razão tem gente trabalhando de colunista em jornal, e ganhando salário pra falar bobagem. Vemos as mais altas tonterías. Tento pensar se os comentários são fruto de exaustivas horas de estudos de Karl Marx, de alguma rápida pesquisa no Google ou da mera imaginação de casa um, que fala o que quer, pra ver se cola na opinião pública.

No Globo de hoje vejo a coluna de Fernando Dantas. Fala sobre se Serra seria liberal ou não. Ele o defende, claro. Até porque, Aécio já pulou do barco, então fica fácil de jogar a peixa de privatizante pro outro. Afinal, morto não reclama, não é?

O melhor trecho do amontoado de coisas que Fernando Dantas disse foi o seguinte:


"(...) Serra parece acreditar de fato que é preciso câmbio desvalorizado e juros mais baixos para evitar a desindustrialização no Brasil. Dessa forma, ele é o presidenciável, de qualquer partido, mais próximo à crítica da atual política econômica elaborada por economistas de renome como Luiz Carlos Bresser Pereira e Yoshiaki Nakano. Na história dos embates econômicos no Brasil, essa posição “industrialista” está mais identificada com a esquerda.

Uma ironia final, que torna ainda mais enrolado o significado ideológico das candidaturas em 2010 , é que câmbio desvalorizado significa salários reais mais baixos, algo que não imaginamos que deva ser defendido pela esquerda."


Com o comentário ele aproveita duas coisas, defende Serra e tenta jogar a esquerda na fogueira. Ora, de onde este rapaz tirou que câmbio desvalorizado gera salário baixo? Só acontece isso para quem ganha em dólar ou euro. Não é o caso de 189.999.999 brasileiros.

Salários baixos vêm da falta de liquidez do mercado, da falta de industrialização, da falta de mercadorias nas prateleiras, o que gera desemprego e subcontratações. Se o que ele diz fosse verdade, o Yen não teria um centésimo do valor de um dólar. E não me consta que o salário de um japonês seja baixo. Especialmente quando falamos em exportações. Um cambio valorizado impede exportação. Isso sim, joga o salário no lixo.

Não é maravilhoso ser remunerado para falar bobagem em um jornal e ninguém dar a menor bola pra isso?

Isso me lembra uma história real acontecida em uma faculdade de Curitiba. Eles tinham perdido um bom professor que falasse do Mercosul. Não tinham como repor em tempo. Então, um dia, na sala de reunião dos professores, o coordenador do curso, desesperado, perguntou: "alguém aqui já foi pra mais do que dois países da América Latina?. Um cidadão ergueu a mão.

Pronto. Havia sido preenchida a vaga da cadeira Mercosul daquela faculdade.

Acho que o critério para a escolha dos colunistas de alguns jornais e televisões é mais ou menos o mesmo.

Clique aqui para ver que no mesmo critério, a imprensa se esquece do que lhe interessa esquecer.
Clique aqui para ver como o Globo é seletivo naquilo que publica.
Clique aqui para ver que a Folha vive em outro mundo.
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