domingo, 26 de setembro de 2010

A CHUVA EM SÃO PAULO E O EDITORIAL PRÓ SERRA

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São Paulo era uma cidade que ontem, precisava muito de chuva. Especialmente na hora em que os barracos das favelas ardiam em chamas.

Excesso de "gatos", descaso público e desespero dos moradores fazem a cada período, uma grande comunidade paulistana desaparecer e ver seus moradores perderem tudo o que já não tinham.

Então, ontem São Paulo precisava de chuva. Mas se chovesse, o trânsito parava e outras favelas ficariam embaixo d´água. O pobre paulistano se não morre pelo fogo, morre pela água.

E esta é a cidade bem administrada que José Serra vende em seu programa eleitoral. "Eu sei, eu fiz". Ele fez tudo, mesmo.

Séculos de administração tucanizada conferiram a São Paulo uma característica sui generis. É uma cidade que não pode ser normal. Ela não pode estar no planeta Terra, como as outras, porque se chover, ela se desintegra.  A Sampa cantada nas musiquinhas não pode ver os fenômenos naturais que as outras cidades vêem.

Exagero da minha parte? Estou querendo politizar uma situação que não tem a ver com política?

Talvez. Mas digo isso ao me lembrar das capas ridículas da Veja, que davam o tom da imbecilidade que é a imprensa nacional. 

As chuvas no Rio, eram culpa de Sergio Cabral e do Governo Federal. As chuvas de São Paulo eram apenas fatos lamentáveis promovidos por Deus.

Essa é a temática da mídia no Brasil. Mas neste domingo, o estadinho, ainda solitário, resolveu falar a verdade. Louve-se. Alguns anos atrás vieram ao público reconhecer que haviam colaborado com a ditadura que mutilou e desapareceu com milhares de brasileiros. Hoje vieram em editorial reconhecer que apóiam Serra para Presidente.

Como se ninguém tivesse notado.

Falou a verdade só nisso. Mente no resto. Mente em dizer que Lula quer um estado sem liberdade de imprensa. Se Lula quisesse, teria apoio popular pra censurar a mídia brasileira, que é vagabunda. Mas não fez. E Serra, o queridinho dos jornalistas, ao contrário, manda despedir os que o enfrentam.

E o estadinho mente também ao dizer que apesar de declarar o apoio, continuará com uma cobertura isenta. Só se você morrer, e nascer de novo, sem cérebro, poderá acreditar numa coisa dessas. A imprensa brasileira não se emenda. Ela é descarada.

Não aceita ficar mais 8 anos longe das fartas tetas do Governo Central.

A mídia brasileira não é democrática. Ela quer, ele pede todos os dias, por um golpe de estado.


Clique aqui para rever as capas de Veja.
Clique aqui para ver o escorregão de Mitre e Casoy.
Clique aqui para ver Lula falando o óbvio. Que a imprensa tem partido.
Clique aqui para ver programetes que a tucanolândia tem soltado, por aí.
Clique aqui para assistir ao vídeo onde Dilma esculacha a Folha de S. Paulo.
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2 comentários:

Bob disse...

Ontem (domingo) estavam dando o Estadão grátis no ponto de táxi do aeroporto de Guarulhos/SP. Você pagava o táxi e ganhava um Estadão, com a chamada do editorial pró-Serra na primeira página, do lado direito.
E depois a imprensa não age como partido, e bobos somos nós!

Azarias disse...

Fogo em favela no Morumbi foi uma tragédia anunciada. A Prefeitura estava afim de desalojá-la antes de fazer a ponte "cartão-postal". A movimentação do pessoal impediu.
Como os incêndios em favelas acontecem em fins-de-semana, foi justamente na Sexta, aconteceu. Agora é só a Prefeitura remover para a periferia, que já se encontra em risco. MERCADANTE/2010.