Eu sempre falei e sempre falo pra aqueles que não conseguem fazer o cálculo básico de que 1+1=2, que, não importa se o bolsa-família é esmola. Se é assistencialismo. Ele em primeiro lugar, dá de comer a quem tem fome e em segundo lugar, movimenta o PIB para cima. Com isso, ganhamos todos. Os pobres, os ricos, os pretos e os brancos. Ganham inclusive os Kamels que acham que a única função do pobre é morrer de fome e servir de bibelô para Ana Maria Braga colocar em seu programa matinal, com os dizeres "olha que bonitinho o coitadinho. Trabalha como um cavalo para ter um prato de comida. Não é lindo?"
Mas é claro que eu falando, isso pouco ajuda.
Neste texto que segue (veja), o jornalista Zé Paulo Kupfer, ex-companheiro de João Dória Jr. e Rosana Hermann (clique para saber quem é esta formosura de intelecto), esses últimos, os crème de la crème do neonazismo brasileiro; explica os motivos pelos quais minha afirmação está certa. Seja você capistalista ou comunista, distribuir dinheiro é a melhor prática que pode haver. Obrigatoriamente o bolo é dividido enquanto cresce, e não é preciso esperar a eternidade para que o faminto possa ter um prato de comida em sua mesa.
Leia o texto. Os grifos são meus:
"O jornalista Fernando Dantas publicou no Estado de S. Paulo desta sexta-feira uma reportagem com os resultados de um estudo recente sobre os impactos do programa Bolsa Família na economia. A conclusão do trabalho é que, o acréscimo no valor dos benefícios pagos, entre 2005 e 2006, de RS 1,8 bilhão, resultou num crescimento adicional do PIB, no período, de R$ 43,1 bilhões. Resultou também em receitas tributárias adicionais de R$ 12,6 bilhões. “O ganho tributário”, escreveu Dantas, “é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo Bolsa Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões.
Esses cálculos foram feitos pelo economista Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o antigo Ibmec-São Paulo, que também é professor na Faculdade de Economia da USP, e por seu aluno na graduação do Insper, Paulo Henrique Landim Júnior. É de se notar que o Insper e Naercio filiam-se a correntes do pensamento econômico situadas a anos-luz de distância das teorias heterodoxas ou mais à esquerda e não têm nada de lulistas.
Não é novidade que programas bem focados de transferência de renda, como é o caso do Bolsa Família, produzem relevantes efeitos multiplicadores no conjunto da economia. Isso só não é verdade para os que não conseguem levantar o véu ideológico que tolda a visão sobre os programas de inclusão social, para os que resistem a repartir melhor a renda produzida ou para os cegos pelas paixões partidárias. Faltava, porém, uma medição quantitativa da dimensão do impacto econômico específico do programa Bolsa Família.
Esses cálculos foram feitos pelo economista Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o antigo Ibmec-São Paulo, que também é professor na Faculdade de Economia da USP, e por seu aluno na graduação do Insper, Paulo Henrique Landim Júnior. É de se notar que o Insper e Naercio filiam-se a correntes do pensamento econômico situadas a anos-luz de distância das teorias heterodoxas ou mais à esquerda e não têm nada de lulistas.
Não é novidade que programas bem focados de transferência de renda, como é o caso do Bolsa Família, produzem relevantes efeitos multiplicadores no conjunto da economia. Isso só não é verdade para os que não conseguem levantar o véu ideológico que tolda a visão sobre os programas de inclusão social, para os que resistem a repartir melhor a renda produzida ou para os cegos pelas paixões partidárias. Faltava, porém, uma medição quantitativa da dimensão do impacto econômico específico do programa Bolsa Família.
(...)Fica assim provado, com números, que o “assistencialismo” do Bolsa Família move profundamente a economia. Com a vantagem de que, como indicaram os cálculos de Menezes e Landim, o setor mais positivamente impactado é o da indústria – aquele em que os empregos são de mais qualidade. Enquanto no PIB agrícola cada 10% a mais nos repasses do Bolsa Família não apresenta impactos significativos, o efeito nos serviços é de 0,19% no PIB setorial. No PIB industrial, onde o impacto é maior, efeito multiplicador de cada 10% adicionais nos repasses do programa atinge expressivos 0,81%.
Uma tentativa leviana, mais ou menos recente, de confundir o Bolsa Família com programas de distribuição de cestas básicas, a partir de uma declaração crítica de um Lula ainda na Oposição, em relação à distribuição pontual de comida, tem sido largamente disseminada pela internet, via YouTube. Intelectuais de viés conservador utilizam o vídeo como gancho para sustentar suas retorcidas teorias anti-inclusão social e de preservação da renda em mãos de poucos. Com os dados agora disponíveis, o falatório reacionário fica apenas lamentavelmente ridículo."
Uma tentativa leviana, mais ou menos recente, de confundir o Bolsa Família com programas de distribuição de cestas básicas, a partir de uma declaração crítica de um Lula ainda na Oposição, em relação à distribuição pontual de comida, tem sido largamente disseminada pela internet, via YouTube. Intelectuais de viés conservador utilizam o vídeo como gancho para sustentar suas retorcidas teorias anti-inclusão social e de preservação da renda em mãos de poucos. Com os dados agora disponíveis, o falatório reacionário fica apenas lamentavelmente ridículo."
Trocando em miúdos para quem ainda não entendeu. Um real a mais na mão do pobre é um sabonete a mais sendo produzido na indústria. Quanto mais sabonetes, pacotes de arroz, de feijão, etc foram produzidos e beneficiados, maior a riqueza do país. Foi assim que os EUA saíram da crise de 29 e a Europa enfrentou o pós-guerra e se tornaram ricos.
Então, das duas uma. Ou quem não entendeu é muito ruim de matemática e precisa urgentemente voltar para o ensino fundamental em uma classe para alunos especiais, ou simplesmente, não acha certo que o pobre tenha o direito a uma vida digna e considere que o bom mesmo é ele continuar sendo capacho da elite e da classe-média brasileira. Afinal, quem vai cortar a grama ou lavar a louça da madame?
Clique aqui para ler uma palavrinha sobre o bolsa família da Alemanha.
Clique aqui para ver porque tem gente interessada em que sejamos terceiro mundo para sempre.
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2 comentários:
Eu tenho uma crítca séria ao Bolsa Família : o valor é irrisório , deveria ser pelo menos tres vezes maior !!!
Tercio Rangel
Graças aos seus artigos sobre o bolsa família, fui visitar o portal http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/
e me desasnei um pouco. Realmente, é preciso má fé pra chamar esse programa de esmola.
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