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Se você é um daqueles que acham realmente que Curitiba é uma cidade modelo, que aqui é primeiro mundo, experimente as seguintes tarefas.
Tente andar por um mês de carro na cidade sem:
a) ficar horrorizado com a incapacidade do curitibano em guiar um automóvel
b) ficar indignado com a incapacidade da Prefeitura de gerenciar o trânsito.
c) ficar bestificado com a má-fé do poder público, ao gerenciar dolosamente o trânsito, para colocar o cidadão em uma cilada.
d) ir rápido a algum lugar. Curitiba não te dá mais essa opção.
e) não ser multado.
A Prefeitura (ou a autarquia que gerencia o trânsito na cidade) agem, na visão do cidadão curitibano, com a mais absoluta má-fé contra o coitado pagador de impostos. O próximo passo será o pedágio urbano. Espere e verá. Mas aqui é primeiro mundo. Tudo bem. Nós aceitamos o papel de trouxas.
É uma cidade que diz ter o maior número de carros registrados, no Brasil. Meia verdade. Pelo IPVA no Estado ser mais baixo, muitos frotistas apenas registram os carros aqui. Mas os carros não circulam na capital. De forma ou de outra, usam o número para justificar o congestionamento absolutamente desproporcional na cidade. Curitiba não é uma megalópole. É uma cidadezinha mediana como qualquer outra. Mas que o cidadão leva 6 ou 7 minutos para atravessar um único quarteirão, em horário de rush.
Depois vem a ladainha de deixar o carro em casa. Claro. Afinal, Curitiba é "verde". Se você puder contar com um transporte coletivo de boa qualidade. Mas se você mora em um bairro (não precisa nem ser bairro pobre, já que obviamente a Prefeitura não liga pra eles), sentirá na pele o que é pegar um ônibus e esperar por ele toda a eternidade. Se você, como eu, tem horários apertados pra cumprir, saberá que em Curitiba isso não passa de propaganda pra inglês ver.
Mas tudo bem. Aqui nós adoramos uma propaganda. É em cima disso, que fomos construídos.
Em seguida você verá os agentes de trânsito (ou da polícia) escondidos atrás dos postes ou nas esquinas, sedentos para te aplicar uma multa pelo mais leve deslize. E não, não confunda isso com obrigar o cidadão a ser civilizado e respeitador das leis. Chame isso de dolo. Porque é a indução ao cometimento do ilícito, para poder aplicar a penalidade. Pela cidade toda há radares de 60 km/h, o que leva a pessoa a imaginar que todos têm essa tolerância. Mas nos de 40 km/h a placa que indica a velocidade é tão pequena que seria uma sorte se você conseguisse ler enquanto está dirigindo. E é bem numa curva depois de um viaduto. Não parece má-fé? Vontade de lesar?
Depois de ser multado, experimente recorrer da multa. Verá que vai gastar caneta e dinheiro. 99% das vezes o recurso é indeferido. Mesmo que você apresente a cópia do comprovante da maternidade para a qual você levava sua vizinha em trabalho de parto. O poder público não tem nada a ver com suas relações sociais.
Logo mais, tente estacionar na cidade. Verá que é impossível largar seu carro em algum lugar minimamente bem localizado, sem ter que pagar pelo serviço que a Prefeitura não te oferece. Ou seja, você deixará seu carro na rua, um bem público. E a Prefeitura não se responsabilizará se você for roubado ou tiver o carro riscado. Ela está alí apenas para cobrar pela vaga, sem prestar a contraprestação que a lei mais elementar exige. Se achar melhor, deixe em um estacionamento e pague a miséria de 10 reais pela primeira hora.
Depois tente chegar no horário em seu compromisso, se utilizando das vias mais comuns (afinal, quem é você que não tem um GPS pra te indicar um atalho?). Verá que é uma tentativa inútil. Além de radares escondidos atrás dos postes, onde você não poderá vê-los, irá se deparar com um semáforo por quadra. Mesmo naqueles cruzamentos onde a rua que cruza, nunca tem nenhum carro para justificar o sinaleiro. É só pra gerar dinheiro. Primeiro, pra empresa que o instalou e que faz a manutenção. Depois, para gerar a grana da multa, caso você resolva avançar porque percebeu que está parado à toa em um lugar deserto, sem trânsito vindo e correndo o risco de ser assaltado à meia-noite.
Mais tarde, tente ficar calmo. Afinal, você verá centenas de faixas espalhadas pelas ruas dizendo que aquele trecho está em obras. Mesmo que você acha que aquela rua não precisava ser pavimentada de novo, porque o piso está bom. Especialmente pavimetnada em uma segunda-feira pela manhã, onde o tráfego por sí, já é um caos. Que é isso? Obrigar os funcionários das empreiteiras a trabahar em horários alternativos pra não penalizar o burro que paga impostos? Bobagem.
Adiante, você se pergunta. Ué, mas Curitiba é uma cidade como as outras, então?
Bingo. Igualzinha. Bem distante portanto, do que a propaganda oficial te diz.
Mentiram pra você, então?
Sim.
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