domingo, 29 de agosto de 2010

GILMAR MENDES

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Teve um cidadão um tempo atrás, que escreveu uma teoria de separação dos poderes. Esse cara ficou famoso porque achava que os poderes clássicos, o executivo, legislativo e judiciário deveriam ser independentes e harmônicos. Um não devia se meter no outro. Cada um faria o seu papel, por horas vigiando, por horas auxiliando. Mas nunca interferindo.

Esse cara era o Montesquieu, e suas teorias são ensinadas há séculos na faculdade de Direito. Pra você chegar a juiz, deverá conhecê-lo. Pra chegar a Ministro do Supremo, deverá respeitá-lo. E de preferência, segui-lo.

Mas parece que não é sempre assim.

Quando Gilmar Mendes se assume no papel de magistrado que sobre tudo fala, joga fora sua imagem de Juiz. E juiz deveria ser imparcial. Até porque, um dos basilares da Justiça é a inércia inicial. Em outras palavras, um magistrado só deve se manifestar sobre uma coisa, nos autos do processo. Quando não há processo, não há "caso". E se não há caso, não há motivo para o juiz falar. Ou seja, se fala, será como cidadão comum e nunca como magistrado.

Então, é meio óbvio que Gilmar não deveria manifestar as opiniões que manifesta. Isso é afronta à República. Especialmente afronta à harmonia entre os poderes. 

O que acontece é que ele pega a bola levantada pela imprensa, que sempre o procura pra falar de alguma coisa, e chuta pro gol. Primeiro que a imprensa não o deveria procurar. Assim como não procura por Joaquim Barbosa. Não procura porque sabe sua opinião, sua linha de pensamento. E procura Mendes justamente pelo mesmo motivo. Porque sabe a opinião, sua linha de pensamento. Ou seja, um ajuda o outro.

Mendes não é um novato no Direito (por óbvio). Não deveria se comportar como se fosse. Quando vem falar sobre os tais dossiês, sobre os tais vazamentos, deveria pensar na própria carreira de magistrado. Deveria se abster, não falar. 

Ontem divulgaram que essa questão dos vazamentos da receita poderiam ter sido feitos por gente que gostaria apenas de fazer chantagem. Coisa de funcionários safados, não necessariamente uma questão de políticos. Afinal, por que se queimar com uma coisa dessas? Porque o Governo chutaria o PSDB, um clássico cachorro morto?

Se estivesse perigando perder as eleições, vá lá.  Não vale gastar bala boa e cadáver ruim.

A mídia sabe disso, mas passa batida. Prefere espalhar a tese de que o Governo está por trás. Que os tucanos são uns coitados perseguidos por Stalin.

A mídia e a tucanolândia, auxiliados agora pelo magistrado que deveria se abster, tentam criar um clima inexistente. Coisa golpista, basicamente.

É triste ver como certas pessoas sacaneiam a democracia, uma coisa tão preciosa. Tudo pra estar no poder.

E Mendes vai jogando a cada dia, mais ainda, a imagem do Judiciário no lixão da história.


Clique aqui para assistir ao vídeo da Globonews que detona o Serra.
Clique aqui para ver que até o Roberto Jefferson falou que Bonner e Fátima ajudaram o tucano.
Clique aqui para ver mais um expediente distorcido do estadinho.
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2 comentários:

Cabelinho disse...

Já pensaram que no decorrer das investigações feitas pela PF, sobre o acesso indevido e não autorizado as dados ficais, a mesma descobre tucanos por trás de tudo. Isso mesmo, "Tucanos", o tal do fogo amigo.Tipo assim "Nós pagamos para ter as informações de dados sigilosos, divulgamos na imprensa e faturamos na conta do PT/Dilma/Governo/Lula." Vamos cobrar até o final os nomes dos compradores de informações, sim porque se alguem vende é porque alguem compra.

André Gonzaga disse...

Obs: Ele não é JUIZ, ele entrou pelo 5º Constitucional, salvo nao engano, no governo FHC e ele é ADVOGADO, NAO É JUIZ!