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Aquele ditado "falem mal, mas falem de mim" não nasceu à toa. Está cientificamente comprovado que depois de um certo tempo o conteúdo da crítica se perde. Fica apenas o nome do criticado. Ou seja, depois deste período, ninguém saberá se o que falavam sobre você era bom ou ruim. Apenas que falavam sobre você.
No marketing esta ferramenta é fundamental. Muitas empresas envolvidas em escândalos décadas atrás acabaram se beneficiando da má exposição no futuro. É que você, na tranquilidade do seu lar, não se lembra exatamente do que era dito. Mas lembrará do nome da empresa. Há muitos exemplos. A Cargill é um deles. Depois de dezenas de escândalos por causa de alegações de que colocavam no mercado produtos que eles sabiam ser cancerígenos (assista ao documentário The Corporation), e não estar nem aí pra isso, ninguém mais se recorda deste detalhe. Se lembra apenas da marca. E note, você não vê comerciais da Cargill na televisão, mas qualquer dona de casa com 50 anos de idade, reconhece a marca. O mesmo acontece com a Monsanto e o próprio produto que ela fabricava, o Agente Laranja. Como a maioria não se lembra, este Agente Laranja era a coisa inofensiva despejada sobre as florestas do Vietnã pelos soldados americanos, para derrubá-las e assim ficar mais fácil de encontrar os soldados inimigos. Só que óbvio, o produto matava, aleijava e deixava sequela por diversas gerações. Crianças nascem deformadas ainda hoje em todo sudeste asiático por causa destes detalhes.
Quem lembra? Pouca gente. Mas quem escuta os nomes Monsanto e Cargill, associa a grandes empresas, a produtos qualificados.
Porém, para obter este bom resultado da consequência do "fale mal mas fale de mim" não bastam uns poucos anos. São necessárias décadas. É preciso trocar uma geração inteira, apagar da memória. Quanto mais grave o seu feito, mais tempo levará. Se você tiver a sorte de se aposentar com uma grande jogada de marketing, ótimo. Pessoas lembrarão do que você fez no último minuto de sua carreira, e não em toda sua vida.
É o caso de Rudolph Giuliani, ex-Prefeito de Nova York. Giuliani é conhecido no mundo por ter sido o cara que "consertou" a cidade mais famosa dos EUA. É uma meia verdade para se vista por quem só está interessado em um lado da moeda. Giuliani implantou a tal "tolerância zero", que varreu o mundo e pipoca toda hora no Fantástico da Rede Globo como sendo o remédio para todos os males. Em verdade, o que Ruddy fez, foi tirar a criminalidade do centro turístico de Nova York e jogá-la para os guetos. Nada mais do que isso. E nada mais apropriado aos mantras de seu partido, o Republicano. Sabemos todos o que Bush filho fez com os EUA. Deixou os ricos trilionários e os pobres miseráveis. Empobreceu a América em patamares inéditos e regrediu a economia em pelo menos 15 anos. Por causa de Bush (Clinton e Reagan tiveram suas culpas, que não foram pequenas também), os EUA jamais voltarão a ser o que um dia foram.
Mas Giuliani teve uma coisa fabulosa em seu favor, especialmente na cabeça dos estadunidenses. No apagar das luzes de seu mandato em 2001, os ataques terroristas (mal explicados até hoje) das Torres Gêmeas deixaram o novaiorquino amedrontado. Mas caminhando sobre os escombros, intrépido e destemido lá estava o Prefeito da cidade. Em verdade, ele nada fez que pudesse ser fantástico, apenas não se escondeu e perambulou pelas ruas e hospitais visitando os desafortunados.
Pronto! Entrou para a galeria das pessoas que têm seu passado apagado e que podem cobrar "x" milhares de dólares por 40 minutos de palestra.
Paga quem quer, escuta quem tem estômago.
No rol das pessoas que cobram caro por palestras, encontramos de todo tipo. Mas em geral, são vencedores. Ou pelo menos, são assim considerados. São esportistas, velejadores, alpinistas, empresários e presidentes de países. Bill Clinton, como já dito, foi quem destampou o ralo da América para que Bush a empurasse esgoto abaixo. Mas ningúem se lembra. Recordam apenas da estagiária lhe fazendo um blowjob debaixo da mesa e de que era um cara de fala mansa. Quem aí lembra que ele bombardeou o Iraque e os Balcãs? Quem aí lembra o que ele fez com a América Latina?
Clinton saiu pela porta da frente especialmente depois de vermos o que seu sucessor aprontou. Afinal, tudo depende de com quê você compara, não é?
Mas o que me causa verdadeira estranheza é esse tal de Fernando Henrique Cardoso. Por quê alguém convida este senhor para palestrar? Ele teve um feito grandioso em seu governo. Acabou com a inflação. E fez isso nos 2 primeiros anos. Segundo todas as publicações da esquerda brasileira e mundial (leia o livro A Melhor Democracia que o Dinheiro pode Comprar, do jornalista americano Gregory Palast), os outros 6 foram destinados a enterrar a nação brasileira, a vender seu patrimônio, a dilapidar o bem público acabando com o que ainda restava da saúde pública, dos portos e até das indústrias de brinquedos nacionais. Acabou com a indústria têxtil também, já que escancarou da noite para o dia, as importações provenientes da China. Em questão de horas jogou as taxas a zero e até hoje você não vê mais nada nas grandes lojas que não seja produzido na Ásia.
Sem falar que quintuplicou a dívida interna brasileira e explodiu com a externa. Fez uma paridade ridícula e artificial do Real com o Dólar que só foi cancelada aos 45 do segundo tempo. Não sem antes deixar passar a reeleição, que dizem que ele comprou pela bagatela de 200 mil dólares por congressista. Isso sim é que é mensalão!
Alguém aí se lembra o desgosto que foi em janeiro de 1999 ter uma parcela de leasing de carro para pagar, que era cotada em dólar e de repente triplicou de preço?
Feitos de FHC.
A gasolina, que tinha preço tabelado até a sua entrada, passou a ter o preço liberado para "estimular a concorrência". Você se lembra de alguma vez em que ela tenha baixado de preço? Eu me lembro. Foi uma única vez. Ela regrediu 3 centavos. Que feito histórico.
E os aposentados? Que foram chamados literalmente de vagabundos? Não é figura de linguagem, ele realmente disse isso. E as Forças Armadas, que tinham que dispensar seus recrutas metade do dia para economizar com as instalações? E os juros da taxa Selic que hoje são papagaiadas como altíssimas (não chegam a 9 por cento) mas que estiveram em 39% quando ele era o chefe da República?
Coisas incríveis não faltam no currículo deste homem. Sem falar outra de suas frases célebres. "Esqueçam o que eu escrevi". Se bem que quem pedia para ele relembrar o que escreveu, é porque nunca leu nenhuma de suas obras (você já leu?). FHC dizia, especialmente em seus discuros no Congresso Nacional, que o único caminho viável para o Brasil era ser um anexo dos EUA. Ele queria que fossemos mais ou menos um Porto Rico, que vendeu (de verdade) sua soberania por um punhado de dólares e passou a ser um dos Estados americanos.
Quais motivos levam um instituto a contratar FHC para falar? Especialmente para falar de credibilidade? Ora, sejamos francos, Fernando, O Segundo, não ganharia sequer uma eleição para o Senado da República se fosse candidato hoje.
Ele se esqueceu que o "fale mal mas fale de mim" funciona, mas não assim tão rápido.
Tem que esperar todas as pessoas que estiveram vivas durante seu governo, falecerem. E esperar que seus filhos também morram, pois eles certamente se lembrarão das dificuldades passadas por seus pais, muitos deles, micro e pequenos empresários que beijaram a lona por causa da política insana e privatista canalha. O Brasil virou o paraíso para os grandes especuladores e o inferno para o homem comum. Para quem também nao lembra, este tal Daniel Dantas surgiu de onde? Com dinheiro de qual banco federal ele iniciou sua primeira façanha? E Gilmar Mendes, foi nomeado por quem como Ministro do STF?
FHC é apressadinho. Tem que esperar o tempo passar. Sente e aguarde mais 30 anos, Don Fernando. Até lá certamente o povo terá esquecido de seus feitos grandiosos pela pátria brasileira.
Sorte nossa que em 30 anos ele provavelmente não estará mais por aqui. Fará coro com outros colegas nas cantigas de Natal entoadas no andar de baixo!
(Charge de Aroeira)
Clique aqui para ver do que o Grupo Folha é capaz.
Clique aqui para ver um "encerramento" de Alan Shore sobre os feitos de Bush (em inglês).
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