terça-feira, 12 de outubro de 2010

EMPRESÁRIO DEIXARÁ O PAÍS SE SERRA VENCER

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Este escriba está começando a se considerar um cara de "sorte". Sorte entre aspas, mesmo.

Na mesma semana conseguiu reunir 3 exemplos peculiares de como se resume um fragmento do pensamento político do brasileiro.

Primeiro foi o curioso caso da senhora de cabelos coloridos, que ficou indignada porque uma pessoa rica declarou o voto em Dilma.

E os outros dois especimens se deram no mesmo dia, na fila de espera de um restaurante mediano da capital da tucanolândia paranaense, o lugar onde a esquerda não tem vez.

O mais interessante tópico de hoje se deu logo na entrada. Ao ser orientado pelo gerente do lugar a aguardar na antesala do restaurante, ouvi no grupinho do lado algo que nunca imaginei que escutaria. Um empresário do setor de serviços (terceirização de mão de obra na construção civil) disse que abandonaria o Brasil se Serra vencesse as eleições. Ele explicou aos colegas que veio pra cá (pelo sotaque, era de Portugal) depois que Lula já havia assumido, entusiasmado pelas notícias alviçareiras sobre o país veiculadas em uma Europa estagnada e em processo de empobrecimento. Não conhecia o país antes, exceto a turismo, mas pelos relatos de amigos que já haviam se instalado por aqui, a época de governo do tucanato foi a pior dos últimos 30 anos. Um surto de otimismo após a criação do real e a dura realidade enfrentada a partir de 1999 quando o Brasil se encontrou quebrado pela irresponsabilidade de seus governantes. Ele continuou, falando que se Serra vencer, está certo de que as políticas de falta de investimento, de sucateamento do país e de depauperamento da classe baixa, afetarão em cheio seus negócios.

E imagino que ele saiba do que está falando. A construção civil é a que mais emprega no país e a indústria que atualmente, é um dos suportes para o ótimo momento econômico que estamos vivenciando. Se o pobre não puder mais comprar casas, seu sustento estará arruinado.

 O dele e o de seus empregados, naturalmente.

A outra coisa fabulosa que ouvi, no mesmo restaurante, porém mais tarde, veio da boca de uma dessas pessoas que representam a nova classe média surgida no Brasil, justamente depois da vitória de Lula.

Ela disse que não votaria em Dilma de jeito nenhum porque agora, por causa do PT, até os pobres tinham carro, até os pobres podiam ir a restaurantes. E ela, agora tinha que se conformar com o fato de ser mais uma no meio de uma multidão de menos pobres. Não posso deixar de tirar o chapéu em razão de sua honestidade verbal. Ela não falava alto, mas também não estava cochichando. Ou seja, pretendia inegavelmente, expressar seu pensamento.

Fiquei sabendo que ela é uma das emergentes da nova classe média mais tarde, ao ouvir quando ela dizia seu salário e a partir de quando começou a ganhar três mil e quinhentos reais. Na visão dela, pelo jeito, uma "fortuna".

Pra mim, ela se equiparou à senhora de cabelos coloridos no pensamento mesquinho. Ela conseguiu melhorar de vida. Então, para continuar se sentindo especial, não poderá permitir que mais ninguém suba na vida. 

Ela não consegue perceber que num país de pobres, a próxima a cair no buraco será ela, e não o magnata bem nascido.


Clique aqui para ver sobre a senhora de cabelos coloridos.
Clique aqui para ver Serra sendo desmascarado por um padre.
Clique aqui para ver o assessor do Serra que fugiu com 4 milhões e a imprensa "não viu".
Clique aqui para ver a Globo escondendo um protesto contra o Serra.
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