MARINA E O ÓBVIO

.

Cada cidadão que tenha uma moderada inserção no campo da política, já sabia qual seria o posicionamento do PV nestas eleições. Antes mesmo de iniciada a campanha.

Muita gente, inclusive este blog, já havia alertado que Marina cairia no canto da sereia ao topar sair do Ministério pra concorrer à Presidência. Ela se tivesse continuado no Governo, teria tido a oportunidade de fazer ainda mais pelo país. Mas preferiu sair e bater a porta.

Os motivos ainda são desconhecidos. Talvez por uma visão xiita da questão ambiental (ela demonstra ser mais favorável à fome humana do que à derrubada de algumas árvores), ela saiu do governo atirando porque se dizia preterida em suas decisões. A verdade é que ela colocava obstáculo em quase tudo o que representava desenvolvimento. Marina deveria entender que nem tanto à terra, nem tanto ao mar. Se não podemos destruir o planeta, também não devemos nos esquecer que é preciso gerar progresso e empregos. Não somos donos do universo, mas somos inquilinos.

De todo modo, ela aceitou a empreitada. E escolheu logo o PV, que como já dito, não tem de esquerda nem a raiz. Ora, é uma questão lógica. Se sai do PT porque não se sente representada, vai para um partido de direita? E desde quando a direita está interessada em questões ambientais?

O PV pode até ter nascido com boas intenções. Mas se converteu em uma legenda de aluguel, que empresta o voto e o apoio a partidos e pessoas conservadores que pouco se lixam para quaisquer questões mais sérias. PV, PPS. São dois exemplos do que há de pior na política brasileira. Nem o DEMo é tão canalha. Estes ao menos, reconhecem a quê vieram. 

Esta é a opinião deste escriba. Você acredita se quiser.

O fato é que mal acabou o primeiro turno, e o PV, sedento por cargos, já chutou o balde da ideologia. Bandeou para o lado de quem prega a paralisia e o desemprego. Aliás, não prega, mas governa assim.

E o que aconteceu? Marina ficou feia na foto. Como é que ela vai explicar para seus netos que depois de tudo o que ela disse e sustentou, seu partido agora está do lado dos coronéis?

E pior, se ela for fiel ao entendimento da maioria, o que seria razoável em um partido político, como ela vai explicar que passou décadas lutando contra o estilo excludente de governar executado pela direita, e agora venha na tv para eles pedir votos?

E se ela brigar com o PV, o que fará? Vai reconhecer o que todo mundo já havia dito? Que o PV mentia desde o início? Que era uma sigla mercenária?

E se ela fica em cima do muro? Mostra que não está nem aí. Como sustentar que o Governo do qual ela fez parte durante tanto tempo, só porque ela saiu, não presta pra mais nada? Que não tem diferença entre o PT e o PSDB e por isso não vai tomar posição?

Algumas coisas são concretas. A primeira, como disse Cláudio Lembo (um lúcido representante da direita), é que o apoio de Marina é uma bobagem. O eleitor vota em quem quer. 

A segunda é que, tenha ela se dado conta ou não, a "candidata" Marina foi uma estratégia demotucana pra forçar as eleições a irem para o segundo turno. E foi assim desde o início. Não nos esqueçamos que Marina podia até não estar contente com seu trabalho no Ministério, mas ao menos, estava quieta em seu canto. Foi a neodireita quem correu para assediá-la. E fazia isso pra poder jogar areia no ventilador do PT. Foi tudo caso pensado.

Eu particularmente, me recuso a igualar Marina a Heloisa Helena. Marina é mais bem intencionada e mais preparada. Tem mais ética.  Sendo assim, só me resta imaginar que ela, do alto de sua "santidade", seja uma grande, grandessíssima, ingênua.

Clique aqui para se divertir com o Zé Tiririca.
Clique aqui para ouvir Boris e Mitre desfiando seus rosários.

Clique aqui para ver Lula falando o óbvio. Que a imprensa tem partido.

Clique aqui para ver programetes que a tucanolândia tem soltado, por aí.

Clique aqui para assistir ao vídeo onde Dilma esculacha a Folha de S. Paulo.

.