terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MINO, LULA E A FOLHA

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Aqui reproduzo um artigo do blog do Mino, que sempre é interessante:

Telefona Jean-Paul Lagarride, de Vladivostok. “Você leu a Folha de sábado?” Não, não leio a Folha e qualquer outro jornalão nativo, a não ser que algum amigo chame a minha atenção para algum artigo ou reportagem, para estimular o meu bom ou mau humor. “Então você perdeu algo importante para entender até onde vai a irresponsabilidade do Lula na sua tentativa de mostrar aos brasileiros que não há crise”. E como se deu a denúncia? “Um grupo de grandes intelectuais, ouvidos pela Folha, põem seus dedos na ferida”. Como? “O Goldberg, por exemplo, avisa que o cidadão se alheia cada vez mais da realidade se o aval vem do próprio presidente, e por isso a sociedade brasileira se nega à maturidade”. Ah, Jacob Pinheiro Goldenberg... E quem mais, na ínclita companhia? “Figuras de imenso saber e infindo destemor, o historiador Boris Fausto e o sociólogo Bolívar Lamounier, ainda bem que o Brasil pode contar com personagens deste porte”. “São todos tucanos, estão para Fernando Henrique Cardoso como o cinto está para as calças”, permito-me observar. Jean-Paul entrega-se a uma pausa, eu volto à carta: “Gostaria que eles tivessem se manifestado quando FHC, quando presidente por dois mandatos, aproveitou o largo período para quebrar o País três vezes”. “É – admite Jean-Paul, – isso é verdade...” Percebo-o de súbito um tanto desolado. Pretendo reanimá-lo: “Que acha você, honrado jornalista, de um jornal que para falar dos comportamentos de Lula ouve somente seus adversários, como se, no caso, não houvesse intelectuais em outras áreas políticas?” “Bem, – diz ele, – isto não é jornalismo”.

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Aí eu emendo para os que não se cansam de ver na "grande" mídia que sim, estamos em crise e o governo é irresponsável em não reconhecer. Falo novamente o que disse Paulo Skaf (em outras palavras): "A quem serviria dizer que estamos em recessão?"

Aos desavisados: o capitalismo é um jogo. Se você diz que estamos em recessão, as pessoas com medo de gastarem seu dinheirinho a toa e no futuro perderem o emprego, deixam de consumir. Se deixam de consumir, o pesadelo se concretiza bem mais rápido do que imaginam e mais rápido do que se gastassem dinheiro em qualquer coisa tola.

O Japão não tem uma taxa de crescimento decente (aliás, qualquer taxa) há mais de vinte anos por causa disso. É uma recessão endêmica, congênita, até. As exportações caem a cada dia e o mercado interno idem. Não há consumo. Se não há consumo, não há capitalismo, cara-pálida.

Por isso o governo de lá volta e meia está distribuindo centenas de dólares para cada cidadão simplesmente, gastar... gastar no que quiser (lá a imprensa não reclama que isso é esmola, pelo simples fato de que a "grande" mídia de lá não é estúpida e mal intencionada como a daqui).

Então, se você é um daqueles que morrem de medo do comunismo, porque são todos comedores de criancinhas, eu digo sem nenhum medo de errar. Consuma! É só assim que o capitalismo se mantém vivo.

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p.s. Aliás, convém dizer. Que bom que pobre não lê jornal, é "alienado". Daí não cai na conversa mole das "Mirians" brasileiras.

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