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Alguns trechos de um bom artigo do jornal britânico The Nation, em tradução livre e não integral. Veja aqui a íntegra.
Esse artigo serve para aqueles que vivem de descer a ripa no Brasil, achando que é o "quarto mundo". Aqui se dá uma palinha sobre o drama da América.
A deterioração estadunidense vem num crescendo desde a década de 1970. Tanto lá como cá, a tomada do poder pelos conservadores econômicos ocasionou estragos consideráveis.
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Quando Nixon anunciou que somos todos Keynesianos, a stagflação confundia os economistas liberais (de esquerda) e os conservadores estavam prestes a assumir o comando. De maneira similar, quando Clinton anunciou que a era da "grande máquina governamental" estava acabada, o conservadorismo economico estava prestes a nos tirar da beira do penhasco. Agora, a era da "da grande máquina governamental está acabada", está acabada.
Gary Wills diz que os americanos consideram o governo um "mal necessário", um último recurso. Bem, pessoal, todos os outros recursos estão para terminar. Em novembro, a América perderu mais de 500 mil empregos, o pior mês em 34 anos. Nós perdemos mais de 2 milhões durante 2008 e o "craque" está se acelerando ao redor do globo.
Ao mesmo tempo, a América está se despedaçando, literalmente. Testemunhamos New Orleans, a queda da ponte em Minneapolis, a explosão dos encanamentos de gás que fecharam 10 quarteirões em Manhattan. Mas estas trágicas catástrofes são um pequeno pedaço dos custos crescentes da era conservadora que falhou em investir em nosso futuro.
O desdém governamental produziu um avariado investimento público. A infra-estrutura central da América - estradas, pontes, aeroportos, tráfego em massa - está ultrapassada e ca mbaleante. As evidências são demostradas por Eric Lotke no "Déficit do Investimento na América".
As péssimas condições nas estradas custam bilhões em reparos e incontáveis horas de atraso aos americanos. Enquanto a China abre um sistema de metrô a cada ano, e os europeus viajam de Paris a Frankfurt em trens de alta velocidade, as estradas de ferro americanas não têm sequer dinheiro para manterem sua estrutura já ultrapassada.
As cidades sofrem uma epidemia de encanamentos quebrados com a Agência de Proteção Ambiental estimando em mais de 40 mil descargas de tóxicos dentro de nossa água potável.
O departamento de educação descobriu que um terço das escolas estão em severo estado de decomposição e isso "interfere na qualidade do ensino".
Com o colapso das velhas bases, as necessidades do século 21 estão sendo ignoradas. Nós mantemos nossa dependência de petróleo. Na medida em que cresce a população, falhamos em promover serviços de qualidade para as crianças e programas de pré-jardim de infância para educar as futuras gerações.
As faculdades e treinamentos avançados essenciais à economia moderna são tidas por mais e mais americanos como sendo inatingíveis. Nosso sistema de saúde está quebrado, consumindo recursos demais para promover cuidados de menos. Nós inventamos a internet, mas no ranking dos países mais desenvolvidos estamos em décimo-quinto lugar em acesso à banda larga. No Japão a taxa de velocidade da banda larga é muitas vezes maior do que a nossa. O investimento federal em pesquisa e desenvolvimento é a metade do percentual do GDP dos anos 1960.
É tempo de a América investir. Recuperar da crise e providenciar o imperativo. Mas transformar a crise em oportunidade não é suficiente. O fundamental é como em pouco tempo chegaremos ao novo New Deal, uma permanente expansão do contrato social.
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