Olhando serenamente, J. Serra até que se saiu menos mal nesta campanha, do que tinha se saído em 2002. E isso fará com que a imprensa tradicional, seus aliados de todas as horas, o tratem com uma sobrevida que ele, definitivamente, não faz jus.
Serra só foi para o segundo turno por causa de Marina. E Marina sabia que concorrendo conseguiria somente isso, jogar no lixo os anos de bons serviços que prestou ao país, colocando em risco a continuidade de um projeto que ela mesma ajudou a criar. Marina vai para a vala comum da história porque ela mesma escolheu isso. Não merecia coisa diferente.
E por causa do fenômeno Marina, novamente temos um candidato tucano na segunda volta das eleições. Serra teria sido esmagado no primeiro turno se não fosse o trabalho sempre ardiloso da mídia nacional. Criando factóides, espalhando mentiras ou simplesmente divulgando somente um lado da história. Enquanto São Paulo de Serra afunda em corrupção, os quatro grandes do imprensalão tucano ignoravam solenemente o mundo real. Só o PT tinha defeitos. Dilma era culpada de tudo.
Assim sendo, J. Serra conseguiu uma votação maior do que sua anterior, e maior também do que a de Alckmin em 2006. Fosse um cidadão qualquer, um homem de bom caráter e com tudo pela frente na política, poderíamos esperar ouvir falar dele em quatro anos. Mas (por sorte) ele não tem mais muito chão a percorrer.
Mas há que se considerar um outro lado, que tira créditos de Serra, para quem quer enxergar, óbvio. Serra perdeu para uma pessoa que jamais foi política. Uma mulher, que na primeira vez que concorreu a alguma coisa, já ganhou. Não ganhou pelo mesmo score que Lula? Não, mas foi perto. E voltamos a ressaltar. Dilma foi apoiada por Lula, que elegeria um poste. Mas ainda assim, era até pouco tempo atrás, uma pessoa desconhecida do grande povão. Trocando em miúdos, Serra levou uma surra de alguém que ele achava, deveria estar em casa costurando para os netos.
Serra não tem mandato. Não é senador (claro que vai concorrer nas próximas), não é deputado. Não é governador, não é nada. Seguramente será conduzido por seu partido à uma presidência de enfeite, pra não dizer que lhe chutaram o traseiro.
Mas o dado mais que concreto é que ele vai sendo aos poucos, esquecido pelo tempo. Serra nunca teve a estatura que a imprensa vendida lhe conferiu. Serra sempre foi um personagem fabricado, um frankenstein manipulado por diversos setores da sociedade.
E depois, tem a questão do quê ele fez com sua própria carreira política. Serra atropelou muita gente. Nunca teve escrúpulos. Agora chega a hora da vingança daqueles que por ele, foram humilhados. E a lista não é nada pequena. Passa inclusive pelos vassalos da mídia de aluguel. Aqueles de quem Serra jamais tolerou um pequeno deslize. O menor que fosse.
Verdade que nesse caso, os jornalistas nada farão. Os patrões não deixariam.
Verdade que nesse caso, os jornalistas nada farão. Os patrões não deixariam.
Serra é a cópia de Mussolini. De Stalin. Mas a Veja prefere dizer que Lula é ditador. Até agora, Lula não saiu de nenhuma entrevista quando lhe perguntaram alguma coisa desagradável. Lula nunca teve esse direito. Mas Serra tem porque é "o" escolhido. Bento 16 virá canonizá-lo em vida porque seria um desperdício esperar até sua morte.
A política cobra um preço alto dos maiores egos que nela estão envolvidos. Serra, com a ajuda de um bando de bajuladores ficou impedido de ver que o país não queria sua graça. Como já dito, Serra só chegou aos 44% porque brigava com alguém que jamais disputou eleição alguma e que levou surra da mídia todo dia, durante um ano. Mesmo assim, Serra perdeu.
Adeus, J. Serra. Não sentiremos saudade de seu estilo Don Corleone de governar.
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